SÉRIE: O FASCINANTE MUNDO DOS CAVALOS PINTADOS

PARTE VII - SPANISH JENNET

• Na literatura da maioria das raças americanas de andamento marchado é citada a origem como tendo sido nos cavalos historicamente conhecidos como “Spanish Jennets”. Todavia, na Espanha nunca existiu raça com tal nome, o que será explicado mais adiante. Ainda no continente das Américas, os antigos “Spanish Jennets” foram alicerce genético para formação das raças Paso Fino e Peruano de Paso. 

  
  Os “Spanish Jennets” estão entre os mais antigos do mundo, mas extintos. Na Espanha foram absorvidos na raça Espanhola. O biotipo original era de porte médio, sem exagero na estrutura óssea-muscular, andamento variado (marcha e trote), bem como variadas as pelagens. Mas como surgiu a pelagem persa nos “Spanish Jennets”? 

  
  A história começou na época antiga e medieval da Espanha, quando foram introduzidos cavalos de várias partes da Europa (regiões da França, Itália, Áustria), região do Mediterrâneo, dos vales das montanhas Ferghana (fronteira da Pérsia) e da província de Nisaia os cavalos Nisean, que foram os mais utilizados nas cavalarias do poderoso império da Pérsia antiga. Pinturas em esculturas de cavernas, pinturas de quadros, atestam a existência da pelagem persa em anos A.C. 

  
  Uma contribuição que muito influenciou os “Spanish Jennets” foi a dos cavalos Bérberes do norte da África, porém a pelagem persa não era típica daqueles cavalos “guerreiros”, montarias famosas dos exércitos mouros, valentes, e muito rústicos para suportarem as difíceis condições de vida no meio ambiente de deserto. Quando da invasão da península ibérica pelos mouros, por lá permaneceram por longo tempo. Oportuno lembrar que os cavalos Bérberes contribuíram em prol da formação das raças MM e Campolina, além de diversas outras raças no mundo . 

  
  Naqueles tempos medievais os “Spanish Jennets” ganharam fama de serem os melhores do mundo. A fama surgiu quando a Espanha foi dominada na guerra com romanos, que descobriram as qualidades dos cavalos espanhóis. 

  
  A partir da introdução de um grande número de “Spanish Jennets” no continente das Americas pelos exploradores espanhóis, ha mais de 500 anos, foram formadas as raças Paso Fino, Peruano de Paso e várias raças nos EUA. O rei da Espanha chegou a implantar no México um entreposto para comercialização de cavalos destinados aos EUA, América Central e América do Sul. Os melhores cavalos eram selecionados na Espanha, muitos dos quais eram de pelagens pampa e persa, andamento marchado. 

  
  Os “Spanish Jennets” de pelagem Persa eram na Espanha de preferência da Aristocracia, usados na equitação de lazer, e os cavalos de trote, de mérito superior na conformação e desempenho, eram usados na Alta Escola Equestre ( Dressage) , arte na qual os espanhóis se destacavam, uma tradição  fortemente enraizada na Espanha. Um estilo de equitação era denominado de “La Genetta. Os cavaleiros eram chamados de “Jinetes” , ou “Ginetes” . Ingleses e americanos distorceram a nomenclatura, passando a chamar os cavalos de “Spanish Jennets”, tratando como se raça fosse. Mas como informado anteriormente, nunca existiu tal raça na Espanha. Os tais “ Spanish Jennets” foram resultado de um “encontro de mundos”, assim pode ser entendido, tal foi a variedade de origens em várias partes da Europa , região do Mediterrâneo , Ásia , África.. 

   

  
  Pintura de Spanish Horse na pratica da Gineteada
  
  
  Principalmente na Espanha e Inglaterra cavalos de pelagem Leoparda eram da preferência da classe aristocrática