Artigos
SÉRIE : O FASCINANTE MUNDO DOS CAVALOS PINTADOS
II PARTE - A RAÇA APPALOOSA
-
É a mais conhecida, formada nos EUA, originalmente no Estado de Idaho, por uma tribo indígena de nome Nez Perce, que chamavam os cavalos de “Palouse Horses”, uma referência ao rio Palouse, que cruza a região de Nez Perce. Mas o nome, com o passar do tempo, foi sendo modificado para Appaloosa.
Em 1877 a tribo Nez Perce entrou em guerra com as forças armadas do governo por disputa de terras, e foi perdendo os cavalos entre final do século XIX e início do século XX. Alguns poucos e abnegados criadores conseguiram manter um reduzido número de éguas e reprodutores para preservação como se fosse uma raça.
Os cavalos Appaloosa despertaram mais atenção em âmbito nacional a partir de janeiro de 1937, após publicação de um artigo na revista Western Horseman, escrito pelo historiador Francis Haines, de Lewiston , Idaho. O artigo relatou a história dos cavalos Appaloosas nas vilas das tribos Nez Perce, destacou a importância cultural de preservar aqueles cavalos, os quais estavam em via de extinção após a guerra que envolveu o povo Nez Perce pela disputa de terras. O artigo motivou a fundação do Appaloosa Horse Club (APHC) em 1938, sob a liderança de Claude Thompson e um pequeno grupo de outros criadores. Inicialmente, a sede foi estabelecida em Moro, Oregon , posteriormente foi transferida para Moscow, Idaho. O registro genealógico começou com os remanescentes do rebanho inicial e mestiços com as raças Árabe , PSI e Quarto de Milha com foco em produzir cavalos com aptidão funcional para lida de gado e competições Western. Alguns poucos cruzamentos também com as raças Morgan e Standardbred. Os cruzamentos foram necessários para ampliação mais rápida do reduzido rebanho.
Em 1975 foi criado o Appaloosa Museum Foundation para preservar a história .
Todavia, os cruzamentos com as várias raças de trote degradaram o material genético determinante do andamento marchado e este andamento foi estabelecido como desclassificatório para registro genealógico. Associados insatisfeitos, dentre os adeptos do andamento marchado, se desligaram da associação para fundar uma outra associação - Walkaloosa Horse Association.
Principalmente devido aos cruzamentos com a raça Quarto de Milha ocorreu um vertiginoso crescimento da raça Appaloosa. O biotipo predominante é o da raça Quarto de Milha. Em 1978 o APHC há era o terceiro maior registro de equinos nos EUA. Desde 1938, início do registro genealógico, ja foram registrados, aproximadamente, 1 milhão de Appaloosas.
No Estado oficial da raça, Idaho, as placas dos carros têm a imagem de um cavalo Appaloosa.
-
Biotipo Quarto de Milha – posteriores bem mais altos do que os anteriores, garupa arredondada, massa muscular muito forte no tronco e membros
Quando a raça entrou no Brasil já estava com o biotipo de Quarto de Milha e não vieram Appaloosas marchadores para o Brasil. Ainda assim, o cavalo Appaloosa é o maior risco para a perda de características raciais - morfologia e marcha - na raça de cavalos Persa Marchador Brasileiro. Todo cuidado ainda será pouco por parte dos técnicos de Registro Genealógico para a não admissão do biotipo Appaloosa.
Texto por Lucio Sérgio de Andrade , 06/07/20