ASSOCIAÇAO DO CAVALO PERSA MARCHADOR BRASILEIRO

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A IDENTIDADE DA RAÇA PERSA MARCHADOR BRASILEIRO

  • Obviamente, a identidade mais marcante dos cavalos da raça Persa Marchador Brasileiro é a pelagem. Todavia, a pelagem persa também se manifesta em cavalos trotadores de pelagem persa. O melhor exemplo é na raça Appaloosa. Os próprios cavalos persas originais eram trotadores e marchadores, não havia um padrão de andamento. Portanto, não basta apenas que o cavalo seja portador da pelagem persa, também é necessário que seja marchador e que não tenha o biotipo da raça Appaloosa.


    O Registro Genealógico da raça Appaloosa é feito pela Appalossa Horse Clube e pela American Paint Horse Association. Orinalmente, a raça Appaloosa era representada por cavalos marchadores e trotadores, os dois andamentos eram aceitos na Associação Americana do Cavalo Appaloosa. Os cavalos introduzidos nas américas pelos colonizadores espanhóis eram tanto os trotadores como os marchadores, e dentre eles os de pelagem “pintada” tambem foram introduzidos. Os marchadores deram origem as raças Paso Fino e Peruano de Paso.


    Um grupo de criadores de Appalose resolveram fazer cruzamentos com a raça Quarto de Milha, para introduzir no Appaloosa aptidões funcionais dos cavalos Quarto de Milha, como na lida com gado e provas diversas de maneabilidade. Rapidamente o biotipo dos cavalos Appaloosa sofreu uma significa alteração, para o biotipo dos cavalos da raça Quarto de Milha. Atualmente, podemos dizer que Appaloosa é um Quarto de Milha “pintado”. O tal grupo de criadores, que exerciam influência política na associação, acabou com o registro de cavalos marchadores O grupo de criadores adeptos do andamento marchado, não satisfeitos, fundaram uma outra associação, com o nome de Walkaloosa Horse Association. Como o nome sugere, os cavalos são resultado de cruzamentos entre Appaloosa e Tennessee Walker. Mas tambem são aceitos no registro cavalos cruzados com Paso Fino, Peruvian Paso e Mountain Horses. O objetivo é registrar cavalos de pelagem Appaloosa portadores de andamento marchado. Como resultado de tantos cruzamentos, nao se observa um padrão bem definido de conformação nos cavalos Walkaloosa.


    No caso do Cavalo Persa Marchador Brasileiro os cruzamentos iniciais foram feitos com a raça Mangalarga Marchador, o que introduziu um biotipo diferente do biotipo dos cavalos Walkaoosa, que são mais estruturados no tronco, de ossatura mais espessa nos membros. O Persa Marchador Brasileiro herdou da raça Mangalarga Marchador membros mais refinados na estrutura óssea, o pescoço tendendo ao formato piramidal, a cabeça tendendo à de perfil retilíneo, de ossatura também mais refinada em relação aos cavalos Walkaloosa. Mas é oportuno salientar que muitos representantes desta nova raça brasileira ainda preservam algumas características morfológicas do cavalo Persa Original, tais como a cabeça de ossatura mais proeminente, perfil de chanfro convexilineo, membros de ossatura mais volumosa em relação à média na raça Mangalarga Marchador. O defeito mais grave é apresentar o biotipo Appaloosa, o que é é impeditivo para efeito de Registro Genealógico.


    Resumindo, a identidade racial do cavalo Persa Marchador Brasileiro é uma combinação da pelagem persa com a marcha dissociada a 4 tempos bem definidos e a conformação que remete aos cavalos da raça Mangalarga Marchador combinando traços do cavalo Persa original.

     

    Autor do artigo: Lúcio Sérgio de Andrade – Zootecnista, escritor, árbitro de equideos marchadores, Pedidos de livros impressos, livros digitais em CD, DVD’s, CURSOS ONLINE, equipamento para doma e treinamento de cavalos marchadores, através do site www.equicenterpublicacoes.com.br